“Na arte nada é, tudo está para ser”
Goethe
Goethe
O artista quando criança é uma criança, o artista quando jovem é devir, o artista quando gente grande é atitude. A reflexão sobre tudo que temos feito aqui está forte, nos bares, nos butecos... temos o nosso moulin rouge em cada esquina, quebrando o mito do artista que está longe, intocável, visto só nas telas. Aqui é só chegar que você encontra o poeta, o pintor, o grafiteiro, o MC, o videomaker, o agitador cultural...
Há 12 anos atrás nós éramos o triâgulo da morte, era assim que a mídia nos chamava e táxi não passava da ponte. De lá pra cá foram surgindo movimentos culturais, pessoas comprometidas com a transformação de uma realidade, ong’s sérias fazendo o trabalho do estado, grupos de rap, referencias de vida. Ações artístico-culturais que tomaram corpo, balões subindo aos céus com poesias, postes com placas de políticos dando lugar as Postesias. Os muros foram ficando cada vez mais coloridos e politizados com grafites, as crónicas param de falar da violência real do nosso dia-a-dia para falar das nossas origens africanas, nordestinas, do compromisso... “rap é compromisso não é viagem...” nosso eldorado negro. Trazendo consciência para a dor, para o suor, para o labor e principalmente para a cor.
Temos consciência de que a arte não é um alicerce tão forte quanto a economia, a sociologia, a politica, mas é umas das ferramentas mais poderosas da civilização. Ela é quem permite o homem se olhar de fora, enxergar sua realidade e motivar transformações. “estamos aqui pra transformar periferia, e quando a gente conserta o poema, o poema conserta a gente” esse impulso de resistência é o sentido da vida, nosso combustível é fazer arte e gritar bem alto que não estamos parado no caminho da história branca e mentirosa que nos ensinam na escola. Aprendemos a ler e a caminhar, agora somos adolescentes ávidos por justiça, qualidade de vida para a periferia.
Não, não queremos sair daqui, queremos ficar e evoluir, desconstruir pra deixar de sobreviver. Queremos três refeições por dia e boa escola para os nossos filhos, queremos serviços de qualidade aqui na periferia. Que cada cabeleireiro, açougueiro, padeiro, mecânico, professor, seja o melhor que possa porque atende principalmente aos seus e se é tudo nosso que seja com a melhor qualidade possível. Esse aqui é nosso estado, e é um lugar como outro qualquer, as pessoas é que são ”ebolutivas.” São elas é quem causam a ruptura que vemos e nos admiramos hoje.
Nossa arte esta num nível de qualidade de dar inveja a qualquer reduto da vila madalena, mas ainda nos falta muito e vamos lutar diariamente pra conseguir o que falta. Hoje somos o circulo da arte e a mídia agora quer vir aqui ver que coisa é essa que está acontecendo. Levamos anos para construir isso aqui, eu era moleque jogando bola nas ruas do PSA, enquanto no rádio tocava “Fim de semana no Parque Santo Antônio”, quando os nossos pensadores periféricos já estavam fazendo cineclubes, saraus, samba de roda e hoje são nossos oráculos. Hoje podemos dizer o que bem entendemos, não precisamos do aval da globo, fazemos nossa semana de arte e somos o circulo das artes. A arte que está transformando essa periferia, vai transformar o Brasil.
Peu Pereira
Há 12 anos atrás nós éramos o triâgulo da morte, era assim que a mídia nos chamava e táxi não passava da ponte. De lá pra cá foram surgindo movimentos culturais, pessoas comprometidas com a transformação de uma realidade, ong’s sérias fazendo o trabalho do estado, grupos de rap, referencias de vida. Ações artístico-culturais que tomaram corpo, balões subindo aos céus com poesias, postes com placas de políticos dando lugar as Postesias. Os muros foram ficando cada vez mais coloridos e politizados com grafites, as crónicas param de falar da violência real do nosso dia-a-dia para falar das nossas origens africanas, nordestinas, do compromisso... “rap é compromisso não é viagem...” nosso eldorado negro. Trazendo consciência para a dor, para o suor, para o labor e principalmente para a cor.
Temos consciência de que a arte não é um alicerce tão forte quanto a economia, a sociologia, a politica, mas é umas das ferramentas mais poderosas da civilização. Ela é quem permite o homem se olhar de fora, enxergar sua realidade e motivar transformações. “estamos aqui pra transformar periferia, e quando a gente conserta o poema, o poema conserta a gente” esse impulso de resistência é o sentido da vida, nosso combustível é fazer arte e gritar bem alto que não estamos parado no caminho da história branca e mentirosa que nos ensinam na escola. Aprendemos a ler e a caminhar, agora somos adolescentes ávidos por justiça, qualidade de vida para a periferia.
Não, não queremos sair daqui, queremos ficar e evoluir, desconstruir pra deixar de sobreviver. Queremos três refeições por dia e boa escola para os nossos filhos, queremos serviços de qualidade aqui na periferia. Que cada cabeleireiro, açougueiro, padeiro, mecânico, professor, seja o melhor que possa porque atende principalmente aos seus e se é tudo nosso que seja com a melhor qualidade possível. Esse aqui é nosso estado, e é um lugar como outro qualquer, as pessoas é que são ”ebolutivas.” São elas é quem causam a ruptura que vemos e nos admiramos hoje.
Nossa arte esta num nível de qualidade de dar inveja a qualquer reduto da vila madalena, mas ainda nos falta muito e vamos lutar diariamente pra conseguir o que falta. Hoje somos o circulo da arte e a mídia agora quer vir aqui ver que coisa é essa que está acontecendo. Levamos anos para construir isso aqui, eu era moleque jogando bola nas ruas do PSA, enquanto no rádio tocava “Fim de semana no Parque Santo Antônio”, quando os nossos pensadores periféricos já estavam fazendo cineclubes, saraus, samba de roda e hoje são nossos oráculos. Hoje podemos dizer o que bem entendemos, não precisamos do aval da globo, fazemos nossa semana de arte e somos o circulo das artes. A arte que está transformando essa periferia, vai transformar o Brasil.
Peu Pereira
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