arte na periferia: CABREIRÃO

22 de julho de 2010

CABREIRÃO

 O AUGUSTO







estando eu sozinho,
eu tô mal acompanhado.
qual seria o caminho
que te traria ao meu lado?
fico todo em desalinho.
fico todo abandonado.

no seu estrito microverso,
sou a ultima opção.
te mando milhão de verso
pra ver se tu tens reação.
e pra tudo que eu converso
você só responde: "não."

você não entende nada!
desconfio que até caçoa.......
é só negativa projetada
pro lado da minha pessoa.
tanta coisa enjeitada
que até me deixa a toa.

minha alma é divertida,
curiosa e cheia de luz.
não a quero ver sofrida
e nem carregando cruz;
ela não vê a saída
que a sua vontade conduz...

te acho uma jóia rara.
te quero de coração.
mas veja bem, minha cara:
eu não tenho a intenção
de entrar nessa seara
de engano e decepção.

e cada recusa sua
me fere profundamente.
nós já nos beijamos na rua
e ela bem sabe da gente.
e pra mim ela insinua
que eu seja mais contundente.

do jeito que eu estou agora,
você não vai me querer.
quem sabe essa coisa melhora
e eu venha então perceber
que a sua demora mora
na vi ela do meu ser.

por isso hoje resolverei
a não te fazer proposta.
mudarei o meu agir
e tudo será como gosta.
mas tenho que me exprimir:
eu acho isso uma bosta.

hei de fazer blindagem
em volta do coração,
pra não ficar de bobagem
quando você me disser: "não!"
estarei na vadiagem;
precisando, acene a mão...

e esse meu cordel fuleiro
que quase nada quer dizer,
não vai se fazer inteiro,
com as rimas que deve ter,
pois estou muito cabreiro;
beeeem cabreiro com você...



Um comentário:

Razek Seravhat disse...

Estou com vocês nessa. Por uma cultura livre! Aliás o seus versos não são nada livres, mas fazer o quê? ser livre não é castrar a rima. Não é mesmo?

Razek Seravhat,

Ternura sempre!