Cheguei na aldeia de paralheiros uma da manhã de sábado depois ter gravado um ótimo discurso do Plínio de Arruda Sampaio. Me da licença de lembra-lo aqui: "houve um momento em que os burgueses perderam o medo dos pobres. Chegou a hora de os pobres perderem o medo da burguesia! "A luta de classes é necessária, sem ela nós não fazemos a revolução".
Foi aupladido de pé por muito tempo, era um evento em solidariedade a criminalização do MST lá no sul. Estou de total acordo.
Voltando a aldeia quem me conhece sabe que eu fui dormir as cincos da manhã, prozeando com os índios em volta da fogueira. Tava um frio danado. Conversamos sobre muitas coisas. A tradição índigena, a pesquisa dessa tradição, de oportunistas, infelizmente estão por toda parte. Contamos piadas e rimos muito, tinha um índio que ria mais que todo mundo, ria de um modo engraçado, me lembrou o Dom Juan do Casteñeda.
As seis da manhã estavamos de pé! Caminhando rumo a Barragem onde andariamos por trilhos de trens. Foi um caminho diferente, andar pelos trilhos foi bem bonito, não muito fácil, mas bem bonito. Caminhamos por eles umas duas horas, vimos alguns trens passando, várias marcas gringas estampadas nos vagões. Nossa riqueza tudo indo embora ali naquele trem. Naquele monstro gigantesco com mil vagões, teve um que ficou passando durante uns 20 minutos pra vocês terem uma idéia, tem coisa que você só vê andando. Passamos por tuneis e tudo mais. Até chegarmos a um ponto onde havia uma picada na mata.
Entramos nela, confesso que eu não tinha a menor noção de que ia demorar tanto. Puts! Ali a gente começou a descer a serra do mar. Nossa! Era um barranco que não acabava mais. Mas era lindo. Foi muito louco andar numa trilha como aquela, muito estreita, ingrime no ultimo. Na trilha nós paramos pra comer várias vezes e fomos num grupo grande, cinquenta pessoas na floresta. Foi da hora.
Depois de umas três horas caminhando, chegamos a um rio que tinhamos que atrevesar pelas pedras. Deu trabalho! Tira tênis, amarra na mochila, tira bermuda, faz todo um esquema pra poder passar, mas esse era raso pelo menos. Depois, prosseguimos serra abaixo! Continuamos andando até escurecer. Houve uma certa euforia entre pânico e excitação. Andar na mata a noite, é mil grau! Não dá pra vê nada! Andamos no escuro mais ou menos uma hora. Chegamos a uma aldeia no meio da serra, lá tinha uma fogueira e estava frio.
Houve uma parada, a galera estava destruida. Ficamos todos deitados lá perto da fogueira, acendi um cigarrro e relaxei total, ali tava bom. Mas ainda tinha que andar e, pior! Atravesar um rio que batia na cintura e, ainda por cima, de noite. Puts! Foi penoso, adrenalina mil grau, lá em cima!!! Depois andamos pra muito ainda, no escuro com as lanterninhas. Até finalmente chegarmos na aldeia.
Cheguei e dormi, depois acordei e comi uma comida gostosa que uma índia cozinhava na fogueira, arroz e frango, uma canja deliciosa. Depois dormi de novo.
Dia seguinte, vinte e cinco quilometros, mas aí era uma estrada e havia um rio acompanhando e paramos pra nadar... foi um caminho cansativo, mas muito gostoso.
Finalmente chegamos no antigo cadeião de Santos onde nos hospedamos. Daí foi deixar a mala e correr para o sarau na cidade. Fizemos o sarau numa feira e foi danado! "Minha terra tem palmeras, mas eu nunca vi". "Vamos! Reconstruir palmares". "Quero ver onde essa américa se dizmorena". Musica, rimo e muito agito! Foi bem legal.
Estou seguro de que para fazer a revolução é preciso andar, caminhar, viajar entre povos e conhecer com o coração as realidades desse país. Quando todos as partes juntas entenderem... elas vão gritar as ultimas linhas do Capital.
Foi aupladido de pé por muito tempo, era um evento em solidariedade a criminalização do MST lá no sul. Estou de total acordo.
Voltando a aldeia quem me conhece sabe que eu fui dormir as cincos da manhã, prozeando com os índios em volta da fogueira. Tava um frio danado. Conversamos sobre muitas coisas. A tradição índigena, a pesquisa dessa tradição, de oportunistas, infelizmente estão por toda parte. Contamos piadas e rimos muito, tinha um índio que ria mais que todo mundo, ria de um modo engraçado, me lembrou o Dom Juan do Casteñeda.
As seis da manhã estavamos de pé! Caminhando rumo a Barragem onde andariamos por trilhos de trens. Foi um caminho diferente, andar pelos trilhos foi bem bonito, não muito fácil, mas bem bonito. Caminhamos por eles umas duas horas, vimos alguns trens passando, várias marcas gringas estampadas nos vagões. Nossa riqueza tudo indo embora ali naquele trem. Naquele monstro gigantesco com mil vagões, teve um que ficou passando durante uns 20 minutos pra vocês terem uma idéia, tem coisa que você só vê andando. Passamos por tuneis e tudo mais. Até chegarmos a um ponto onde havia uma picada na mata.
Entramos nela, confesso que eu não tinha a menor noção de que ia demorar tanto. Puts! Ali a gente começou a descer a serra do mar. Nossa! Era um barranco que não acabava mais. Mas era lindo. Foi muito louco andar numa trilha como aquela, muito estreita, ingrime no ultimo. Na trilha nós paramos pra comer várias vezes e fomos num grupo grande, cinquenta pessoas na floresta. Foi da hora.
Depois de umas três horas caminhando, chegamos a um rio que tinhamos que atrevesar pelas pedras. Deu trabalho! Tira tênis, amarra na mochila, tira bermuda, faz todo um esquema pra poder passar, mas esse era raso pelo menos. Depois, prosseguimos serra abaixo! Continuamos andando até escurecer. Houve uma certa euforia entre pânico e excitação. Andar na mata a noite, é mil grau! Não dá pra vê nada! Andamos no escuro mais ou menos uma hora. Chegamos a uma aldeia no meio da serra, lá tinha uma fogueira e estava frio.
Houve uma parada, a galera estava destruida. Ficamos todos deitados lá perto da fogueira, acendi um cigarrro e relaxei total, ali tava bom. Mas ainda tinha que andar e, pior! Atravesar um rio que batia na cintura e, ainda por cima, de noite. Puts! Foi penoso, adrenalina mil grau, lá em cima!!! Depois andamos pra muito ainda, no escuro com as lanterninhas. Até finalmente chegarmos na aldeia.
Cheguei e dormi, depois acordei e comi uma comida gostosa que uma índia cozinhava na fogueira, arroz e frango, uma canja deliciosa. Depois dormi de novo.
Dia seguinte, vinte e cinco quilometros, mas aí era uma estrada e havia um rio acompanhando e paramos pra nadar... foi um caminho cansativo, mas muito gostoso.
Finalmente chegamos no antigo cadeião de Santos onde nos hospedamos. Daí foi deixar a mala e correr para o sarau na cidade. Fizemos o sarau numa feira e foi danado! "Minha terra tem palmeras, mas eu nunca vi". "Vamos! Reconstruir palmares". "Quero ver onde essa américa se dizmorena". Musica, rimo e muito agito! Foi bem legal.
Estou seguro de que para fazer a revolução é preciso andar, caminhar, viajar entre povos e conhecer com o coração as realidades desse país. Quando todos as partes juntas entenderem... elas vão gritar as ultimas linhas do Capital.
Peu Pereira.
Um comentário:
Show Peu! Você está falando de São Paulo, 2008... meu Deus! Não sabemos nada. Ninguém fala essas coisas, ninguém faz essas viagens. Discordo do discurso anti capitalista. Pra mim está completamente ultrapassado, porém lendo esse post vejo que muita coisa está ultrapassada mas nunca sua passagem foi contada. Muito bom! conte mais sobre essas "viagens".
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