arte na periferia: SACOLÃO DAS ARTE???

3 de setembro de 2007

SACOLÃO DAS ARTE???

Ontem 02/09/07 aconteceu o primeiro evento pós abertura no Sacolão das Arte no Pq. Sto. Antônio.
Para quem nao se lembra o Pq. Sto. Antônio era uma das regiões chamadas pela mídia de Triangulo da Morte. Havia muitas atrações musicais nesse evento que tinha tudo pra ser uma marco cultural no Pq. Sto. Antônio, mas nao foi.
Fato é que parceria entre Prefeitura e Atores sociais comprometidos com a transformação de qualidade de vida da periferia fica sempre a desejar. Primeiro porques esses atores são comprometidos porque precisam construir nossa identidade e nosso espaço, segundo porque nao estão atrás de votos eleitorais para o ano que vem. E o Sacolão das Artes constitui um espaço iminente de futuros palanques eleitorais.
Pois bem, OS MAMELUCO se preparam exaustivamente durante a semana para mostrar ao público da periferia um som bem elaborado com diferentes sonoridades como flauta transversal e gaitas num arranjo pouco comum, alem de um repertório original e com composições bastante críticas. Na terceira musica de um espetáculo que previa dez, o som foi cortado e mesmo com os gritos ferventes da platéia pedindo bis e protestando a atitude do produtores, nao foi possível negociar nada. Simplesmente fomos mandados embora do palco.
Daí em diante imagina-se a confusão que houve, artista frustrado fica tudo disvairado e público insatisfeito vai pra cima das grades gritar com os produtores. Foi um bafon, Fabinho, QT, Gil e toda a rapaziada revoltadíssima com a atitude da produção que era da prefeitura. Mesmo assim a próxima atração, que era um ator importante no nosso senário, sobe no palco e da o seu show sem maires problemas...
Estamos comprometidos sobretudo com a construção de um periferia com qualidade de vida digna, por isso nossa indignação com esse tipo de atitude será sempre importante no sentido de manter nossas opiniões e mais que isso, no sentindo de dizer que nao somos palhaços!!!

Peu Pereira

5 comentários:

MUCCA disse...

Creio eu que fatos como esse decepcionam porem só aumentam e instigam nossa vontade de mudança.!
Ainda nao tive a oportunidade de conhecer o sacolão ou até mesmo me interar de tal para uma possivel colaboração.
Também estou curiosa para saber sobre a "semana de arte moderna na periferia".
Se pudesse me mandar por email qual seria o foco da semana, o que precisaria.. coisas sobre o evento enfim.. seria ótimo.

Danielle - MUCCA
blah_dani@hotmail.com
www.fotolog.com/mucca_cinema

Abraços.
p.s. o filme de voces passou na minha facul né!? pena que nao pude comparecer.

Anônimo disse...

Embora não viva em São Paulo, tenho idéia da importância de iniciativas como esta na periferia da cidade. Mas não podemos ser ingênuos e acreditar que o grupo que levou Serra/Kassab, ou PSDM/DEM a Prefeitura tenha reais preocupações culturais. Sabemos que politicamente este grupo político -que acaba sendo um só em SP- é comprometido com a elite, com os detendores do poder economico e político (Vide os decretos do Serra, que quase serraram a autonomia universitária, se não fosse a brava ocupação da USP). Desejam, claramente instrumentalista, congregar forças em espaços contestadores, críticos e produtivos. Caberia aos artistas, politizados, organizarem boicotes e/ou eventos paralelos aos encampados pela prefeitura.
Já dizia um militante/poeta
"Hay que indurecer sin perder la ternura"
abraços
Rob Faleiros
robfaleiros@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Aí Peu!!!!
É o Augusto.
Mandeu um e-1/2 pra vc no bluespeu@hotmail.com
Vê lá!
Mescrev.

Brava Companhia disse...

Evento e Movimento

Pelo menos desde meados do ano passado o grupo do qual faço parte, ManiCômicos, agora Brava Companhia, tem participado da luta pela retomada de posse do antigo Sacolão do Parque Santo Antônio, espaço público, ou seja, da população, que vinha sendo utilizado de forma indevida para fins particulares, por um certo senhor de codinome “Gatão”.
Nesse período, participamos (principalmente eu) de inúmeras reuniões envolvendo representantes do Poder Público, moradores da região, entidades que atuam na região, artistas, redes sociais, políticos, representantes do Poder Judiciário, polícias, etc. Todos atuando num esforço conjunto para tornar possível a transformação daquele local em um espaço sócio-cultural que atenda a toda a população do entorno.
A realização de atividades culturais como as que se iniciaram neste fim-de-semana (o teatro da Brava Companhia no sábado e a Quebrada Cultural no domingo) com grande participação da população, mesmo com uma pequena divulgação, é a primeira parte de um sonho de todos os envolvidos neste processo e que agora começa a se tornar realidade, e é uma pena que a primeira parte desse sonho fique manchada com o fato desagradável que envolveu Os Mameluco durante a Quebrada Cultural realizada no domingo.
Mas, vamos aos fatos: o show d’Os Mameluco que deveria durar meia hora, foi interrompido de forma abrupta após a terceira música, por um indivíduo de nome Luther (acho que é assim que se escreve) que se dizia “produtor” do evento, e ordenou que o som fosse cortado. Esse sujeito só produziu confusão já na noite anterior quando, visivelmente embriagado, criou uma grande discussão durante a entrega dos equipamentos de palco.
O mais absurdo de tudo isso é que o tal indivíduo, uma pessoa mal-educada e aparentemente despreparada para a função, agia como se fosse a autoridade máxima responsável pelo evento, ameaçando na noite anterior não montar a estrutura do palco e, durante o dia, expulsando de forma agressiva artistas da região.
Esse tal de Luther, desrespeitou os artistas, a comunidade e todos que estavam ali acompanhando o show, e foi sim, o pivô de toda a confusão que aconteceu durante a Quebrada Cultural no domingo.
Mas eu pergunto: será que esse sujeitinho era mesmo o único responsável pelo evento, e tinha o direito de “botar toda a banca que botou” para cima de todos os que estavam ali?
Essa Quebrada Cultural inicialmente seria realizada em outro local, mas foi levada para o Sacolão para ajudar a enriquecer essa primeira programação cultural e fortalecer o ato de retomada de posse daquele espaço público. Foi louvável o esforço do Poder Público em contribuir para que esse novo equipamento sócio-cultural se firme, colocando o evento ali. Mas como se viu, não bastava simplesmente “colocar o evento ali”, era preciso que ele fosse bem realizado. E não se pode negar que houve falha na organização por não haver mais ninguém ali com autoridade ou atitude para supervisionar o evento, e todo o controle ter ficado nas mãos desse tal “produtor”.
Achei estranho também o fato de a banda que subiu ao palco na seqüência da expulsão d’Os Mameluco nem comentar o fato... Como fui embora em seguida, não sei se o fizeram depois... Mas enfim... Acredito que isso tudo que aconteceu pode servir para que todos nós, que nos dizemos “artistas da região”, possamos refletir sobre algumas coisas. Ouço muito por aí, nos bares e quebradas, que cada vez mais, o “Movimento Cultural” da nossa região está se fortalecendo... Será que está mesmo? Então, por que ainda não nos organizamos para opinar sobre os cargos públicos de cultura na nossa região? Por que ainda aceitamos esses eventos que nos jogam sobre as cabeças e não lutamos juntos por uma Política Cultural para a nossa região? Por que ainda concorremos com nós mesmos? Por que não falamos nada quando entramos no palco após a expulsão dos nossos companheiros?
Será que existe mesmo esse tal “Movimento Cultural” da região, ou somos só um bando de artistas correndo atrás de um cachê e depois gastando juntos na cerveja?

Ademir de Almeida
Integrante da Brava Companhia

Anônimo disse...

Valeu Peu e Manicômicos!! È extremamente abusiva a postura da empresa contratada, através do funcionário que cortou o som, temos que nos manter unidos e combativos à estas atitudes, que só nos fortale no espiríto de construção de uma periferia ativa, que garanta os direitos constitucionais, como lazer cultura e tudo mais.
Estava lá e indignei-me com o fato, isto tem que ser público, e mostrar a que viemos, aquele espaço é uma conquista da população e exigimos respeito com o trabalho de nossos artístas e comunidade, temos tão poucos espaços para expor a grandiosidade de nosso povo, adiante companheiros....
Diane